LOBO DA ESTEPE
Na rua deserta de frio e vento uivante,
o homem triste fita o céu,
tentando encontrar nas estrelas
alento pra sua alma... Ungüento pra sua dor...
Logo desiste e segue a passos lentos
para a taberna de luz fosca e gente sombria...
Um brinde aos deserdados do mundo!
Aquece nos goles traçados ligeiro,
o seu coração solitário...
Uiva o desconsolo de um mundo infame,
de uma sociedade perversa,
tal qual um lobo da estepe,
enquanto a madrugada chega,
indiferente aos deserdados sem amanhã...
Vencido de tragos e cansaço,
trôpego, segue o seu calvário solitário
por bielas escuras...
Busca alcançar seu refúgio,
revirado de mofo e abandono,
Onde a velha cama,
amiga fiel de seu infortúnio,
embala seu sono agitado,
descansa sua dor sem fim...