Sob o vento
Tanto esperei sob as folhas a balançar,
Com o vento a beijar meus lábios secos,
Que perdi o tempo e as horas;
Perdi o papel que passou sem rumo.
Fiquei assim, meio procurando letras,
Procurando palavras para me saciar...
Minha boca secou e minha sede se fez viva;
Fiquei ali esperando não sei o quê,
Nem a quem,
Pois as horas passavam
E a cada badalar dos sinos,
Sentia que aquela calçada também não era meu lugar;
E nenhuma esquina, ou casa, ou hotel de beira de estrada
Poderiam responder as minhas muitas questões.
Nem mesmo eu as responderia;
Quem sabe um dia...