Elegia suburbana Nº 2

Cá dentro,

um pouco acabrunhado, não sei se triste,

contemplo na moldura da janela a tardezinha do meu subúrbio.

Ali fora, um enxame de pipas existindo perigosamente entre fios e antenas de tevê, parecem exclamar, exasperadas:

A vida é breve! a vida é breve! e é preciso se arriscar!

Voai, ó gente triste das janelas!

Voai, que a vida é frágil, a vida é frágil como seda!

Vista-te com as melhores cores que possui,

Vermelhas, azuis ou amarelas, não importa!

A minha pele é de seda, mas é dela que tiro a leveza pra voar...

***

Alex Canuto de Melo
Enviado por Alex Canuto de Melo em 17/02/2010
Reeditado em 04/03/2010
Código do texto: T2091971
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