POUT-POURRI

Com minha tara por estrela

todo pronome átono feminino

é o destino natural

dos versos que ao final

trazem essa palavra que estala

A cidade não pára,

a cidade pula o Carnaval

Aposto ainda assim achá-la

sem olhar o céu

Bonita vê-la assim

tão perto de mim

ao alcance do meu braço

Mas dói tanto aqui

sua recusa sem fim

à quentura do meu abraço

Bonito vê-la de manhã cedinho

pelo mesmo caminho

que traço todo dia especial

Mais que seis dias,

não dias de carnaval

mas de sonho sonhado de perto

Sou negro liberto

em madrugada enluarado!

Todo pronome átono feminino

como fiel destino

reina para os astros

Os rastro que a candente deixa

pitangamorameixa

nuvens dos que verão

Como é lindo o raiar do dia

quando alegria

nos aquece o coração

Minha mão fecha seu ouvido

em concha pra minha boca

Minha voz agora é baixa e rouca

no meio som onipresente

Beija flor, néctar amargo e doce

sou como se fosse

alguém que quer muito ser

além de que acarinha seu corpo

beija o seu rosto e te faz querer

Poderia, como tinha quisto

resistir mas não resisto

e disparo sem olhar pros lados

Seu corpo curvo e tatuado

logo eclipsado por minha pele preta

Caminho da felicidade

pezinhos, batata da perna

coxa e luz eterna e luz eterna

Hoje não há tristeza em meu coração

e desde do dia vinte e sete

isso não acontece.

graças ao Deus em que não creio

mas que se à Terra veio

desenhou seu seio, seu rosto, sua voz.

uma semente ele deixou comigo

e como centeio e trigo

semeou o amor entre Nós.