Meu poema não sabe ser poema

Meu poema não sabe ler, nem escrever

É um analfabeto de pai e mãe

É tão brega que chega a constranger

É tão chato que chega a dar sono

É tão inútil, que acho que nem devia existir.

Meu poema é desalinhado, sem classe!

Anda por aí todo torto e desmazelado

Não sabe combinar calça, camisa e sapato

Nasceu assim: sem medo do óbvio, do ridículo!

Nasceu sem rima e sem ritmo

Nasceu com os dois pés esquerdos

Um poema que não sabe sambar.

Meu poema é desafinado, sem ginga!

É mais desengonçado que gringo no carnaval

É um poema meio bêbado, escandaloso!

Anda por aí falando alto, e tirando a roupa.

Não sabe ser simpático, agradável e sorridente

Meu poema é mesmo um mala.

Meu poema não nasceu pra ser lido

Nunca será rimado e educado

Nunca será sequer publicado

Meu poema será só um sonho de se tornar poema.

Thiago Cardoso Sepriano

ThiagoCardosoSepriano
Enviado por ThiagoCardosoSepriano em 16/02/2010
Reeditado em 16/02/2010
Código do texto: T2089193
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