CREPUSCULÁRIO, DE PABLO NERUDA

Segundo José Eduardo Degrazia, em palavras de apresentação ao Crepusculário, de Pablo Neruda, L e PM Pocket, Porto Alegre, 2007, Neftali Ricardo Reyes Basoalto, nascido no Chile, levou uma vida de apreciação da natureza e o amor que dedicou à mulher querida. A obra Crepusculário é uma coletânea de poemas escritos por aquele que passou a ter o nome conhecido na Literatura como Pablo Neruda.

Crepusculário foi produzida quando se encontrava o poeta na faixa dos dezesseis aos dezenove anos de idade: “Escrevia dois a cinco poemas por dia” (...). As influências de leitura sobre Neruda foram os poetas Ruben Darío, um nicaraguense, o peruano Santos Chocano, o Presidente Roosevelt e o americano Walt Whitman.

Conste que o genial Pablo Neruda foi atacado em sua obra por um crítico que não conseguiu ver-lhe a genialidade. “Era caótico e informe e até pernicioso para a poesia americana” _ conforme explicita Degrazia, fundamentado em Lefebvre (1945).

Desse Crepusculário, escolhi o poema NO LO HABÍA MIRADO:

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* Tradução/Adaptação/ Recriação de Tânia Meneses

JAMAIS O VI

JAMAIS O VI, entretanto caminhávamos

Passo a passo.

Jamais ouvi sua voz e minha voz o seguia

Enchendo o mundo.

E houve um ensolarado dia quando a alegria

Extravasou meu peito.

Senti a angústia de carregar n’alma

O abandono do crepúsculo.

Eu o senti ao meu lado, os braços ardentes,

Limpos, sangrantes, cândidos.

E minha dor sob o negrume da noite

Adentrou seu coração.

Assim seguimos juntos.