C A N T I N H O
Um recanto
onde podemos matutar,
eu e meu mundo,
coisas bem nossas,
ao sabor do improviso,
longe do vozerio
desvairado
além da janela.
Um abrigo
onde o silêncio
conversa
na intimidade,
murmurando palavras
ao compasso
das mensagens secretas
vindas do céu.
Um refúgio
onde os inquilinos
no recôndito
estão libertos
da insensatez
da vida
e da censura
dos homens.
Um cantinho
igual fortaleza
que ampara
minh'alma peregrina
nas tardes
de evasão gostosas
e nas noites
de solidão divinas.