Desassossego

A alma do homem, essa que sempre clama,

Implora, chora, eternamente desejando o céu.

Nem mesmo ela sabe qual é, enfim, seu papel,

Mas é nessa ânsia que vive o eterno drama.

Quando, finalmente, alcança o que reclama.

E o seu desejo, parece, não ficou ao léu,

Pelo corpo outro anseio vem em um tropel

Querendo ainda mais, isso é o que proclama.

Sua vida parece não ter graça, não encontra paz,

Julga-se infeliz, para ela não há o que tenha valor.

Não sente satisfação em nada daquilo que faz...

Essa pobre alma parece arder a cada novo desejo,

Precisará perder o que ama para saber o que é dor?

Pena, olhando o reflexo do espelho é a ela que vejo.

Brasília-DF, 13 de fevereiro de 2010.