Cest fine la utopia

O inferno,

de teus olhos,

brota,

como mamilos

de ninfetas,

que ascendem

com calafrios.

Teu ódio

Me sub–trai

Alma, corpo

E fala.

Tua paixão

Me condena

A deus

E satã.

No avesso

E desconexo;

Sem sentido

E arbitrário.

Tuas mãos,

Ariscas e selvagens.

Cercando-me

E envolvendo-me,

Como trepadeiras

Em cercas estáticas.

Meu pensamento

Já não diz

O que quero,

Ou o que sou.

Ajo solto e natural,

Como posso

E como fui.

Teu inferno -

Danti, amigo nosso –

Se instala

E me devora,

Como olhos perdidos

No prazer contrário e dúbio.

Sou força,

Matéria e dicionário.

O ser único e leal

À vida que habita,

Faz e cria.

Besta, fera

De Caim,

José e Satanás,

Desmanche a marca

E o semblante;

Distrai o mundo,

Enquanto é et continuum.

Raul Furiatti Moreira
Enviado por Raul Furiatti Moreira em 14/02/2010
Código do texto: T2086881
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