DE QUEM SERIA
Fiz um quadro, uma pintura,
Tão perfeita criatura,
Aquele olhar, não resisto,
Castanho, meigo, brilhante,
E nesse olhar penetrante,
Tive a visão do infinito.
Cabelos acastanhados,
Fazendo o emoldurado,
De seu perfil sedutor,
Traços suaves, perfeitos,
Sua expressão tem um jeito,
Tão meigo, encantador
Havia tanta doçura,
Naquele olhar de ternura,
No semblante puro amor,
Sua grandeza era tanta,
Uma mulher, uma santa,
Uma deusa ou uma flor.
Riso leve em sua boca,
Trabalhando como louca,
Cheguei então ao final,
Minha musa, uma princesa,
Dona de tanta beleza,
Que jamais eu vi igual.
Contemplei de que seria?
Tinha da virgem Maria,
Toda a graça que ela tem,
Reconheci nessa tela;
Que aquela musa singela,
era minha própria mãe.