Aceitando tudo como exatamente é.
A brisa que refresca seu corpo ardente
É a mesma que traz o frio ou o temporal.
A água que sacia sua sede
É a mesma água em que a enchente tudo alaga.
A terra por onde pisa fazendo sentir-se seguro
É a mesma terra das avalanches e erosões
Mudando paisagens onde ha muito já existia ali.
O sol que brilha e da vida
É o mesmo sol em que excesso mata
Sufocando com seu calor febril.
A lua que se faz brilhar nas madrugadas
É a mesma lua que rege as marés
E exalta os corações dos namorados.
O mar que embeleza e refresca a areia escaldante da praia
E o mesmo mar quando revolto tudo destrói.
As vozes que falam palavras meigas e doces
São as mesmas palavras que ferem como adagas sutis.
Os gritos de dor enlouquecidos
São os mesmos gritos eufóricos de uma vitoria.
A vida que te faz despertar todos os dias pela manhã
São as mesmas vidas que num último suspiro te levará morte.
O aço que eleva grandes construções
É o mesmo aço das portas das prisões.
O leito que descansa seu corpo da labuta do dia a dia
E o mesmo leito que no fim de sua jornada há de definhar
E partir para uma vida melhor.
Os sonhos que criam fantasias
São as mesmas fantasias que tendes a sonhar.
Com o coração feliz, vejo como é bela a terra e o universo
Evitando a tristeza me penetrar, apossando-se do meu universo de fé
Das belezas que tenho aqui
Aceitando tudo como exatamente é.