Aceitando tudo como exatamente é.

A brisa que refresca seu corpo ardente

É a mesma que traz o frio ou o temporal.

A água que sacia sua sede

É a mesma água em que a enchente tudo alaga.

A terra por onde pisa fazendo sentir-se seguro

É a mesma terra das avalanches e erosões

Mudando paisagens onde ha muito já existia ali.

O sol que brilha e da vida

É o mesmo sol em que excesso mata

Sufocando com seu calor febril.

A lua que se faz brilhar nas madrugadas

É a mesma lua que rege as marés

E exalta os corações dos namorados.

O mar que embeleza e refresca a areia escaldante da praia

E o mesmo mar quando revolto tudo destrói.

As vozes que falam palavras meigas e doces

São as mesmas palavras que ferem como adagas sutis.

Os gritos de dor enlouquecidos

São os mesmos gritos eufóricos de uma vitoria.

A vida que te faz despertar todos os dias pela manhã

São as mesmas vidas que num último suspiro te levará morte.

O aço que eleva grandes construções

É o mesmo aço das portas das prisões.

O leito que descansa seu corpo da labuta do dia a dia

E o mesmo leito que no fim de sua jornada há de definhar

E partir para uma vida melhor.

Os sonhos que criam fantasias

São as mesmas fantasias que tendes a sonhar.

Com o coração feliz, vejo como é bela a terra e o universo

Evitando a tristeza me penetrar, apossando-se do meu universo de fé

Das belezas que tenho aqui

Aceitando tudo como exatamente é.

DALMO SOUSA
Enviado por DALMO SOUSA em 13/02/2010
Código do texto: T2084522
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