A Dor em Nós (z)
Nem todos os dias são iguais
Nem sempre o sol brilha
Ou nem todos os dias vemos o sol brilhar
Mesmo brilhando
Nem todos os dias amamos
Nem sempre deixamos o amor transparecer
Ou nem todos os dias o tornamos o motivo de viver
Mesmo vivendo
Lambemos as nossas feridas
Olhamos o nosso sangue que escorre
Nas linhas retas de um poema
E ali cauterizamos
Os cortes mais superficiais
Apenados por nossa idolatria às nossas dores
(Que são as maiores do mundo)
Gritos estremecem a nossa fronte
(Mas não são ouvidos pelo Mundo)
E não deixam mais nenhum sentimento aflorar
...Apenas a dor
É Ela que nos torna invencíveis
Imortais até o amanhecer
Tudo perde o seu valor
E só nós
Restamos no mundo...
...Só nós