Amor de pedra

Amor de pedra

Sandra Ravanini

Há de se dizer do velho menino

que o destino de pedra e o amor de poeira

deságuam na correnteza sem eira

que cai do seu olhar em pranto salino.

Amor de pedra cravado em seu peito,

perdido assim, dentro de um sonho sem cor,

vivendo em ruína, encontrando o desamor

nas ruas vadias de um coração desfeito.

Olhar de poeira imolando o destino

remoído no peito dilacerado,

perdido assim, olhar apedrejado,

sangrando o sonho do velho menino.

Há de se dizer da beleza do olhar

que transborda na correnteza de dor,

pranto de pedra que cai do sonhador,

sangrando assim, perdido por tanto amar.

05/01/2010