Deserdados
Altos, correm os planos
Insanos, de torpes criaturas
Na trama de mais uma trapaça
Que finja a farsa de uma vida de candura.
Em largos espaços ocupam lugares
De seres que são na urgência...
Deixados do lado oposto da clemência.
Na fingida bondade...
Extraem o fruto único do pobre
E consomem o pão do inocente
Como se fosse decente
Beber do seu sangue com a hóstia.
A vil persona...
Quase sempre vem á tona
No retrato de sua imagem
Que quase sempre enganam
Os olhos da compaixão...
No lânguido olhar de abandono.
E nos pedem misericórdia...
Por não estarem na ordem da natureza.
Enquanto arrastam seus pecados pelos pisos
Do paraíso que não os condenou.
Esses demônios disfarçados
Sugam da bondade... A decência!
Coitado! É deficiente!
Devemos ser mais clementes!
Enquanto isso as hordas avançam
No engodo de serem boa gente.
Até o dia em que o lobo mostra os dentes.
Feia fera amotinada!
Usou dos bons sentimentos alheios
Para promover a república dos deserdados.
Com a peçonha de sua alma
Envenenou a própria motricidade
E cobra constantemente de toda a humanidade.