meu ontem de hoje
Eu que já fui velho
Desdenhado ser cristão
Trago hoje no meu peito
O lamentar da solidão.
Lamentar que interpreto
Não entendo nem o indago
O percebo estando perto
Estando longe, o afago.
Grito com o silêncio
Meu lamento é agressivo
Choro em verso e prosa
Faço e falo o que não digo.
Busco ter respostas
Às perguntas que falei
Madrugadas me devoram
Ei de ser o que serei.
Meu lamento ainda existe
Ele é fruto de um passado.
Aprendi a estar sozinho
Mesmo estando acompanhado.