A TERRA ESTREMECIDA

Raios dilacerantes se espalham num céu escuro,
Um céu que chora pranto de horror a inundar a terra.
Terra estremecida que se desmancha
Misturando-se às vidas que fenecem
Deixando um cheiro de morte a jorrar da lama.
O fim do mundo chega violento e por todos os lados
Com todas as forças de que é capaz.
Onde havia sol veste-se de neve e o vento enfurecido
Torna-se gigantesco destruidor e chama-se tornado.
O astro rei não mais aquece, queima.
Vidas fenecem de sede e inanição, enquanto tantas outras
Se vão por água abaixo e sem salvação.
São gritos e gemidos que não mais se escuta
Assim como não se ouviu o clamor doído da natureza
A implorar por um socorro que nunca aconteceu...
Não há mais tempo diz o sol abrasador, a gélida neve,
Os mares revoltos e nenhum Noel como antigamente.
E agora, quem poderá conter a fúria com que a natureza
Cobra seus direitos?

Brasília,10/02/2010