DOS POEMAS DO MEU CORPO ESTILHAÇADO

Nestes tantos fragmentos que me acho

Estilhaços do meu corpo viram cacos

Minha vida por inteira em pedaços

Mal traçados pelas rotas que eu faço

Mas um verso hoje hei de escrever

Relembrando que é bom fazer o traço

Que os poemas nada têm com minha vida

Que mil versos eu coloco nos pedaços

Minha vida estilhaça em poemas

Fragmentos que viajam pelo espaço

Os poemas nada têm com meu viver

E não vivo dos poemas que eu faço

Duas vidas, uma alma, muitas máscaras

Nesses tantos fragmentos que me acho

Estilhaços do meu corpo espalhados

Dentro deles mil poemas rabiscados