A memória é o alicerce de minh' alma (A Lígia Fagundes Telles)

Caminho pelo centro e, ao aproximar-me da Rua 10

Numa estreita porta de madeira, percebi o Sebo

Discretamente espremido entre decadentes hotéis

Ainda aberto, desde cedo

E, meus amigos frequentadores

Continuam todos vivos e agem como atores

Isso, para mim, é o máximo!

Passam o tempo disponíveis

Esperando por um "Clássico"

A chegar em bom estado, trazendo lembranças

E, com seus dedos ressequidos e unhas empoeiradas

Poderem tocar aquelas substâncias

Elas adentrarão na memória

Novamente amanhã, eu sei que brindaremos

Iremos nos encontrar, por honra e glória celebraremos

Ensinando-me Latim Arcaico

Desembrulhar-nos-emos de fato

Cumprindo-se a vontade, dando-me um gato

Assumindo o ofício da paixão

Dizendo em presunção

Sim, eu tenho vocação!

Não! Mil vezes não!

A memória é o alicerce de minh' alma

Também é técnica a minha inspiração

Construo minhas obras com a razão do coração

*A Lígia Fagundes Telles (19/04/1923)

Marciano James
Enviado por Marciano James em 10/02/2010
Reeditado em 25/09/2011
Código do texto: T2079438
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