SAUDADE BANDIDA
De saudade sofro,
De saudade choro,
Da saudade vivo,
À saudade imploro
Um pouco de compaixão
Ao meu pobre coração
Cuja dor não ignoro,
Pois a perversa maltrata,
Sem dó nem piedade,
O meu cansado peito
Com requintes de crueldade.
E sem poder reclamar
Desse mal a me torturar,
Sobrevivo à saudade.
Sobrevivo ainda
Aos seus efeitos
Cruéis e devastadores
Que trazem ao meu peito
Os alaridos da solidão
Que fazem do meu coração
Um infeliz sujeito.
E assim vou vivendo
Cada estação da vida
Que oscila no tempo:
Ora alegre, ora sofrida...
E nesse vai-e-vem
Sofro como ninguém.
Eita saudade bandida!