O Nascimento da Flor

Vaga-lumes, sempre acesos, iluminam

A mentira do homem em viver sua natureza:

Ao ditar-nos a beleza; ao confortar-nos com a certeza

De suas frágeis criações...

E eu aqui, nesta floreira de janela,

À mercê deste progresso sem ordem

Que constrói o caminho e que destrói o meu ninho...

E sendo isto assim

Como nascerei de novo?

Como reflorescerei?

Deus: a verdade é que não penso só em mim

Apenas temo não poder fazer minha parte,

Que é anunciar a chegada da primavera...

Assim como temo, e assim como peço, que não caiba justo a mim

Que sempre anunciei o renascimento da vida;

Anunciar, desta vez, o fim...