A TRAVESSIA
A TRAVESSIA
Entrei no século, pela metade,
ele ... que já andava pelo meio,
eu mergulhei de cabeça
e, se não me pegam pelo pé,
teria me afogado em setembros
ou na primeira primavera que desabrochasse.
Desde então, tenho andado...
e corrido...e descansado...
pra começar tudo de novo.
A cada passo que palmilho,
outros tantos me desafiam,
zombeteiros,
que a estrada é longa e assim:
só tem começo, longe o fim...
e eu me deito e me levanto,
estudo, trabalho, escrevo,
amo, passeio e canto...
Mas quando me olho no espelho,
quero saber se é dezembro ou janeiro,
se haverá tempo para para a travessia
que inunda meus olhos de desejo.
Basilina Pereira