Sombra de Paixão
Continuas
a passar
por vidas
minhas.
Algumas vezes
suave,
outras
forte,
algumas
assustadora,
outras
carinhosa,
mas sempre
boa,
nunca nada
destruindo.
Continuo
a te ver
passar,
flutuar até,
sem nunca
a fundo
te tocar,
sem pedaço
teu
possuir,
sem poder
te sentir
em estranhos
momentos
de nós dois.
Nós somos
fortes,
somos sós,
somos próprios
e aos poucos
estamos
criando
o elo
norte,
o nós
eterno
que nem
o esquecimento
poderá
destruir.
E esta nova
experiência,
a de lentamente
prosseguir,
abala
vontades
prévias
minhas,
destrói
vontades
naturais
de tudo
possuir,
com pouco
não me
contentar.
Esta destruição
que me ajudas
a provocar
em mim
é bela
e singela
mas é nova
e desconhecida.
Que novos
universos
conhecerei,
que novos
horizontes
cruzarei,
onde,
enfim,
crescerei
se nesta
viagem
continuar?
Quero
tudo isso
descobrir,
se possível
ao lado teu,
mas desde
já
te agradeço
por não
achares
em mim
porto
seguro
final,
por não
te depositares
em mim,
não pedires
que te acolha
e te ampare
nesta corrida
que sós
devemos
prosseguir.