QUADRO DEVASTADOR

Que apreço dizes ter, se nem podes desfazer

o clã que desbota a dor e outra tez faz corar!

Fingir é sempre o afã de nada poder trazer

remando em águas revoltas em outro desarvorar.

Constantemente reprimes resignado querer,

desafiando comprimes convergente torpor...

ao reaparecer dolente, algemado pra morrer

e no canto da coruja um arrepio de pavor!

A escuridão recrudesce no latido dos cães;

na madrugada que aquece o lobisomem na noite,

sem contar com o esquadrão, debalde, em vão, matador.

A impunidade acolhe oligarquias vilãs,

o apreço não tem vez, e desce o véu em açoite,

na frigidez decompõe o quadro devastador!

Zecar
Enviado por Zecar em 30/05/2005
Reeditado em 24/06/2016
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