Lágrima de condor

È uma ave de Condor, ou anjo? Naquele céu…

Funde-se nas nuvens que adentram ao léu.

Esguio meu olhar, confunde-se com o teu,

E as amarras que envergo aqui no meu eu.

São pingos que banham, meus sóis minha escalada,

Onde a tortura humana corrói-me e enfada.

Neste paradigma, etérea lágrima desceu,

E beijando meus lábios, de rubro, tremeu.

Correu para o rio, correu para o mar e calma,

Fundiu-se co’a maré levando até…minh’alma.

Laivos de dor, ecoam bem lá muito ao longe,

Couraças imponentes, ou ordens de monge.

Do alto da colina, sobrepõem a dor,

Cospem balas, canhões, em nome do Senhor!

Copiosa, desce a lágrima no rosto meu,

Desce a escarpa alva e turva, e pura como breu.

As teias do ouriço, iludem pessoas

Que alheias a tudo isso, espalham-se, nas boas.

E a lágrima de Condor, sem amarras, voou…

Com olhar de esperança, foi e não voltou.

Dai-me um porvir de mais Esperança ó meu Senhor!

Deixa-me sorrir…sorrir…num Mundo melhor!

2009

Cecília Rodrigues
Enviado por Cecília Rodrigues em 06/02/2010
Código do texto: T2073397
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