A AMIZADE É ETERNA
(À memória do Filipe Oliva, ex-presidente da Associação Luís Braille e também da Liga de Cegos João de Deus, nos últimos anos director da secção de invisuais da Biblioteca Nacional e, principalmente, um dos meus amigos de infância. Soneto escrito no dia do seu funeral e dito na sessão de homenagem à sua memória na Biblioteca Municipal em Telheiras.)
De pé, hirtos no cais vimos partir,
navegando por esse mar de treva,
o navio de sombras que te leva
imperturbável como que a dormir.
Porém, continuamos a sentir
dentro de nós o teu suspiro leve,
a tua fala num murmúrio breve,
o teu jeito mavioso de sorrir.
Ninguém nos pode impor a tua ausência
nem retirar de nós a inteligência
que integra a tua alma tão modesta.
Por isso ergues-te aqui na nossa frente.
Tu não partiste, não. Tu estás presente
sentado na memória que nos resta.
(À memória do Filipe Oliva, ex-presidente da Associação Luís Braille e também da Liga de Cegos João de Deus, nos últimos anos director da secção de invisuais da Biblioteca Nacional e, principalmente, um dos meus amigos de infância. Soneto escrito no dia do seu funeral e dito na sessão de homenagem à sua memória na Biblioteca Municipal em Telheiras.)
De pé, hirtos no cais vimos partir,
navegando por esse mar de treva,
o navio de sombras que te leva
imperturbável como que a dormir.
Porém, continuamos a sentir
dentro de nós o teu suspiro leve,
a tua fala num murmúrio breve,
o teu jeito mavioso de sorrir.
Ninguém nos pode impor a tua ausência
nem retirar de nós a inteligência
que integra a tua alma tão modesta.
Por isso ergues-te aqui na nossa frente.
Tu não partiste, não. Tu estás presente
sentado na memória que nos resta.