À Beira D'água

Lá no rio, abaixo da curva,

Onde o redemoinho é forte,

Tem a sombra do ingazeiro,

Que cresceu no barranco arrimo,

Ouvi um batido forte na água,

Como que um boi caindo no rio,

Assustei e o sentido me puxou,

Virei para trás, a tempo,

Ainda pude ver o remanso,

As águas que se abriram,

Indaguei ao meu amigo,

Que no barco estava comigo,

O que foi tão forte ruído?

Talvez um pacu,

Talvez um abotoado,

Talvez um dourado,

Na verdade só ficou a lembrança,

Do barulho, do remanso,

Mas o peixe, bem o peixe continua lá,

Esperando que outra fruta caia.

O Poeta da Solidão

O Poeta da Solidão
Enviado por O Poeta da Solidão em 06/02/2010
Reeditado em 07/11/2024
Código do texto: T2073027
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