À Beira D'água
Lá no rio, abaixo da curva,
Onde o redemoinho é forte,
Tem a sombra do ingazeiro,
Que cresceu no barranco arrimo,
Ouvi um batido forte na água,
Como que um boi caindo no rio,
Assustei e o sentido me puxou,
Virei para trás, a tempo,
Ainda pude ver o remanso,
As águas que se abriram,
Indaguei ao meu amigo,
Que no barco estava comigo,
O que foi tão forte ruído?
Talvez um pacu,
Talvez um abotoado,
Talvez um dourado,
Na verdade só ficou a lembrança,
Do barulho, do remanso,
Mas o peixe, bem o peixe continua lá,
Esperando que outra fruta caia.
O Poeta da Solidão