Cio

Sei-te necessária,

sei-te imaginária;

bruxa, fada, mulher:

do jeito que a vida quer.

Percorres meus delírios,

assistes meus martírios

e comigo se deita

como poesia recem feita.

Escrevo o que se sente.

Descrevo a alma impudente

que se abandona à voragem da corrente.

Descrevo, moça do Rio,

esse amor e desvario

de quem vive em perpétuo cio.