Cotidiano.

Que restará de mim além do tédio

Por insistir na dor que contradiz

Quando o desejo morre sem remédio

E a morte assume como diretriz.

Que a paz nascerá deste interregno

Com bem e mal fundidos no juiz,

Pois a culpa revela-se ao assédio

Feito dor despertando a cicatriz.

Seguirei conduzido por mistérios

Na ilusão sem igual de renascer

Na tortura que cerca o sonho velho,

Quando a aurora enfim envelhecer

Reformando num brilho deletério

A rotina do novo amanhecer.