Outrora.

Esquecera de mim tão lentamente

Em lembrança e remota fantasia;

Dói tão mansa na frágil melodia

Que o piano martela docemente.

Chora a lágrima triste na semente

Da saudade sem paz que trai vazia

Tanto amor, que tão sábio, renuncia;

Quase morto resiste bravamente.

Quando o tempo remonta a sua linha

Quer buscar seu momento mais feliz

Contradiz, arrefece e não definha

No calor represado que não finda

Quando dói numa antiga cicatriz

Minto o prazer sem par na dor bem vinda.