Escasso
Escasso
Conto um passo ao desencanto,
na chuva releio o amor não aflito.
Rumo os olhos à estrada do pranto,
o grito cansado ecoa infinito.
Leve, lúcido o tempo amordaça,
a ira tão viva dos cães jaz noturnos.
Corta-me a carne o frio da massa,
rouba-me a vida o ouro gatuno.
Semeia ao filho um sonho perdido,
um gesto indigesto incompreendido.
Das feras que moldam este jardim.
O último gole se passa escrito,
migalhas do sangue, o pão e o circo.
Revelam ao vento algo de mim.