BECO SEM SAÍDA...
Encontro-me insone...
A madrugada avança...
Os sonhos ansiados...
Agora amargam como fel a boca...
No quarto frio...
Sombras formam imagens desoladas...
Que se espalham pelo céu...
Sinto-me cansado...
O silêncio domina o ar...
Descubro-me fragilizado...
A solidão bate mais forte...
Atropela as virtudes...
Desaparece à vontade...
É como se nada mais importasse...
As auroras já não aquecem meu coração...
O horizonte parece ainda mais além...
As estrelas cadentes perderam seu brilho...
A alma encontra-se sem rumo perdida...
Nos olhos gotas se formam...
No peito um aperto indolor...
A alegria não se faz presente...
O mundo perdeu sua cor...
Descubro-me só...
Um arrepio percorre meu corpo...
Sinto-me acuado e solitário...
Encontro-me num beco sem saída...
(Ocram 05/04/05)