Andarilho na contramão
Na contramão me encontro
A caminho de casa
Com passo a passo
De pés descalços
Musicando meu andar
De volta pro lar
Dormindo onde ninguém dorme
Comendo o que ninguém come
Sorrindo quando se é triste
Chorando quando não o é
Vivendo o que ninguém vê
Molhado de chuva
Queimado de sol
Vindo de longe
De onde?
De onde nem sei mais onde é
Cada dia venho de um lugar
Indomado e não carimbado
Sem numero de série
Um ‘‘homem ninguém ’’
Fora dos trilhos da lei
Odiado por ser e não ser
Sofrimento e alegria
Meus companheiros de cada dia
Que me fazem saber que estou vivo
Reflito
e suspiro profundo
No passar dos meus minutos
segundo após segundo
E de fato o tempo tem passado depressa
E este que escreve lhes confessa:
Sou andarilho sim
Porem nem sequer movo os pés do lugar
Quem se move é a terra.