Andarilho na contramão

Na contramão me encontro

A caminho de casa

Com passo a passo

De pés descalços

Musicando meu andar

De volta pro lar

Dormindo onde ninguém dorme

Comendo o que ninguém come

Sorrindo quando se é triste

Chorando quando não o é

Vivendo o que ninguém vê

Molhado de chuva

Queimado de sol

Vindo de longe

De onde?

De onde nem sei mais onde é

Cada dia venho de um lugar

Indomado e não carimbado

Sem numero de série

Um ‘‘homem ninguém ’’

Fora dos trilhos da lei

Odiado por ser e não ser

Sofrimento e alegria

Meus companheiros de cada dia

Que me fazem saber que estou vivo

Reflito

e suspiro profundo

No passar dos meus minutos

segundo após segundo

E de fato o tempo tem passado depressa

E este que escreve lhes confessa:

Sou andarilho sim

Porem nem sequer movo os pés do lugar

Quem se move é a terra.

Sir Gisolfi
Enviado por Sir Gisolfi em 04/02/2010
Código do texto: T2069086
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