OS PÉS
OS PÉS
Não há maior conforto
Depois de tanto andar,
Cansado, quase morto,
Sentar pra descansar.
Com unhas encravadas
Dureza é caminhar.
Com bolhas instaladas
Não dá para agüentar.
Um tal de joanete
Consegue torturar,
É como um alfinete
No pé sempre a fincar.
Um calo majestoso,
Só para completar,
Torna-se melindroso
Se alguém lhe esbarrar.
Depois de tudo isso,
E os dedos entortar,
Já tens o compromisso,
No Céu poder entrar.
Pagaste teus pecados,
Nas nuvens vais andar,
Teus pés amaciados,
Prontos para bailar!