OS PÉS

OS PÉS

Não há maior conforto

Depois de tanto andar,

Cansado, quase morto,

Sentar pra descansar.

Com unhas encravadas

Dureza é caminhar.

Com bolhas instaladas

Não dá para agüentar.

Um tal de joanete

Consegue torturar,

É como um alfinete

No pé sempre a fincar.

Um calo majestoso,

Só para completar,

Torna-se melindroso

Se alguém lhe esbarrar.

Depois de tudo isso,

E os dedos entortar,

Já tens o compromisso,

No Céu poder entrar.

Pagaste teus pecados,

Nas nuvens vais andar,

Teus pés amaciados,

Prontos para bailar!

Maria do Céo Corrêa
Enviado por Maria do Céo Corrêa em 04/02/2010
Reeditado em 01/07/2010
Código do texto: T2068099
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