APELO

APELO

Quando ele nasceu - menino!

Olhos arregalados...

Já sorria iluminado pela luz de um novo dia!

Faminto, me procurava, em meus seios encontrava toda paz e energia!

Era bonito de ver o meu menino crescer entre risos e algazarra!

E, por mais que eu temesse...

para ele a vida era uma aventura, uma farra!

Brigava e fazia as pazes (no acerto entre rapazes) era a vida

a se escoimar!

Eu, atenta, assistia:

- seu coração conjugava, somente, o verbo amar -

Um dia... foi, de repente, "armado até os dentes"

sem olhos de inocente,o meu menino chegou!

Assustada! Coagida! Pela surpresa vencida, diante desta figura,

meu coração se condoeu

minh'alma se abateu

vesti-me só de tortura!

Aquele menino doce, que para o mundo eu trouxe

jurou tanta atrocidade...

Cheio de mágoa e de ira, o meu menino partira para crua realidade!

Se alguém vir o meu menino...

entre fogos e canhões...

entre corpos mutilados...

Diga que foi enganado!

Que entre angústias e anseios, mesmo ignorando os meios...

- Fuja à sanha inimiga -

Volte pra minha barriga...

e descanse nos meus seios!

dacosta
Enviado por dacosta em 01/02/2010
Reeditado em 20/01/2011
Código do texto: T2064084
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