Oito
Com meu passo torto
interropo o coito
da linha reta.
Tracejo um oito
seguindo o rito
da força centrípeta.
Estiro o corpo
pelo infinito
sem régua.
Atiro-me todo
sem receio do conflito,
sem nenhuma regra.
Qualquer medo, corto.
Qualquer silêncio, grito.
Pulo qualquer pedra.
Fico aqui absorto,
apreciando o que parecia mito,
saboreando essa sensação eterna.