Adiei tanto as palavras

Adiei tanto as palavras poéticas

que elas me morreram dentro.

Décadas sepulcrais de

palavras não escritas,

não faladas,

não pensadas.

E da alma adiada

numa exumação ansiada,

insurgiu-se-me em mim

uma poesia sem corpo,

sem portes,

sem rosto,

sem cortes,

indefinitivamente surreal,

de cores

e

dores

definitivamente livres

Carlos Alberto de Souza
Enviado por Carlos Alberto de Souza em 31/01/2010
Reeditado em 12/03/2010
Código do texto: T2062121
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