ECOS

ECOS

Ainda bem que não era um vulto

mas valeu o susto que irrompeu do medo!

Aquela sombra atrás das cortinas

que sugeria formas de bizarras linhas

trouxe da infância,aflições antigas,

temores distantes e sempre latentes:

- olhos sangrentos que me espiavam,

afiados dentes,babas espumantes,

peles escamosas que me enojavam,

nodosos dedos, patas deformadas,

passos enormes e titubeantes...

Não foram ninfas frágeis,delicadas

que se esconderam atrás das cortinas!

Nenhum príncipe,cheio de mesuras

sobre o corcel alado enveredara

entre o franzido tecido fino

a sua nobre e gentil figura!

Na verdade, o que se revelara

é que a memória trouxe ,novamente,

a inútil esperança infantil que alimentara

de substituir por medos antigos...

a pavorosa violência do presente!

dacosta
Enviado por dacosta em 31/01/2010
Reeditado em 25/03/2010
Código do texto: T2060732
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