ECOS
ECOS
Ainda bem que não era um vulto
mas valeu o susto que irrompeu do medo!
Aquela sombra atrás das cortinas
que sugeria formas de bizarras linhas
trouxe da infância,aflições antigas,
temores distantes e sempre latentes:
- olhos sangrentos que me espiavam,
afiados dentes,babas espumantes,
peles escamosas que me enojavam,
nodosos dedos, patas deformadas,
passos enormes e titubeantes...
Não foram ninfas frágeis,delicadas
que se esconderam atrás das cortinas!
Nenhum príncipe,cheio de mesuras
sobre o corcel alado enveredara
entre o franzido tecido fino
a sua nobre e gentil figura!
Na verdade, o que se revelara
é que a memória trouxe ,novamente,
a inútil esperança infantil que alimentara
de substituir por medos antigos...
a pavorosa violência do presente!