HAI (de)TI !
HAI(de)TI!
Quando a miséria escancara as entranhas
e numa condição sub-humana exibe a desditada plebe...
Quando o insuportável é ser semelhante a quem se vê...
- Maldita praga!
Quando esta imagem constante abre chagas infames
e tal visão avassala!
Quando tudo o que se escondia clama por todos, noites e dias...
- é mais que crime conter a culpa e se omitir ou fingir saber nada -
Quando o sangue que escorre rasga em corpos disformes tatuagens da desgraça...
Quando os sons de muitas vozes,(antes abafadas vozes),ora em coro atormentam...
Quando as vísceras à mostra irrompem pelas portas e se expõem em toda mesa...
Quando a ambição desmedida, única razão de muitas vidas, fomento de muitas vitórias, riquezas e glórias...
Contam negras histórias!
Quando as vaidades revolvidas, fulcro de antigas feridas, cravadas num povo sem o quê nem onde invadem o horizonte...
Quando a história revela os autores das mazelas que no horror se escondem...
Quando a ignorância traça o destino de uma raça como se não fossem homens!
Quando os ditadores são abençoados - por temíveis potentados!
Quando a Humanidade desce a escala e fenece como semente podre!
Quando os rogos se calam e os trovões da Terra rugem!
O remorso se traveste e o o pânico inverte despojos em doações...
Ah! Os malditos feitores, dos países senhores, convertem-se
em salvadores do que restou das Nações...
Doações como esmolas, na verdade, são devoluções agora
de grandes subtrações!
Sob o manto de cordeiro, há lobos no mundo inteiro devorando populações!
Tanta generosidade só revela - quão covardes, quão míseros, quão vilões!
Mas...à Terra não iludimos com falsos gestos divinos e gana de rotos heróis...
Na escalada do infortúnio, a Natureza abre túmulos...
Talvez, desista de nós!