SENHORA.

Senhora que foi gerada pelo pai dos pobres,

Para nascer teve revolução, teve desordem,

Conquistou meu coração petrificado.

Senhora da minha alegria,

Que me inspirou à poesia,

Cedendo-lhe meu louvor.

Senhora da esperança,

Dos meus sonhos de criança,

Da ventura esperada.

Mas, a senhora se renovou,

Para a necessidade de poucos,

Desiludiu-me, trouxe-me desgosto.

Há! Busco em meu canto um refúgio, um acalanto,

Da mentira que me fende!

Senhora do direito,

Tens somente um defeito,

Não és humilde.

Senhora do dever,

Faz-me cego crer,

Na mudança esperada.

Senhora da minha vida,

Abriu no peito uma ferida,

Mostrando-me seu poder.

Senhora do meu destino,

Roubou meu sorriso de menino,

Aprisionou m ‘alma.

Há! Busco em meu canto um refúgio, um acalanto,

Da mentira que me fende!

Senhora da plenitude,

Roubou-me a juventude,

Amadurecendo-me a força.

Senhora da minha vontade,

Despreza-me por maldade,

Tornado-me seu pecado.

Senhora do sofrimento alheio,

Trouxe para o meu ser o desvario,

Exasperando minha alma.

Senhora da minha ventura,

Que meu sonho oculta,

Dando-me nova conduta.

Há! Busco em meu canto um refúgio, um acalanto,

Da mentira que me fende!

Senhora dos meus sonhos,

Espero de novo encontrar,

Pois aprendi a perdoar.

RENGAV
Enviado por RENGAV em 30/01/2010
Código do texto: T2059605
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