DESPERCEBIDO

Estou aqui a te

Procurar nas pedras,

Nas begônias

Crescidas

Ao vento,

Que derrama lento

O seu néctar embalsamado

No amor das horas.

Estou aqui a te

Esperar, não no

Desamor, mas no

Desdabrochar

Da aurora,

Anelada no

Doce murmúrio

Das preces ditadas,

Ao sol...

Que estou aqui,

Que permaneço aqui,

Em vigília eterna

Ao meu pecado

De não te perceber em espera.

Ao teu pecado de não

Me perceber quem (eu) era.

Então, assim, desabo

Por um céu de

Azul inverossímel!

Lenir Castro
Enviado por Lenir Castro em 30/01/2010
Reeditado em 21/09/2011
Código do texto: T2059569
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