DESPERCEBIDO
Estou aqui a te
Procurar nas pedras,
Nas begônias
Crescidas
Ao vento,
Que derrama lento
O seu néctar embalsamado
No amor das horas.
Estou aqui a te
Esperar, não no
Desamor, mas no
Desdabrochar
Da aurora,
Anelada no
Doce murmúrio
Das preces ditadas,
Ao sol...
Que estou aqui,
Que permaneço aqui,
Em vigília eterna
Ao meu pecado
De não te perceber em espera.
Ao teu pecado de não
Me perceber quem (eu) era.
Então, assim, desabo
Por um céu de
Azul inverossímel!