Do tipo, que escreve cartas.
O tempo passa,
E quando penso eu
Que me perdi.
Eu me vejo
Novamente
Ao que já fui
O tempo passa,
E quando vejo eu
O sol.
Já é noite
O sol desponta
O horizonte brilha
Os dias correm
E eu percebo
Que apenas penso saber
Quem fui,
Quem sou.
Os anos tornam-se décadas
E não tem jeito
Eu ainda pego
Aquele pequeno garoto
Contando os quadrados da calçada
E andando na linha branca
E brincando de escrever...
Correr de si mesmo
E tão inútil como
Esperar que reparem em suas lágrimas
Quando se está tomando banho...
De mar.
Ah! Eu agradeço...
Aqueles que me levaram,
Aqueles que me buscaram
E principalmente
Aqueles que me lembram
Do pequeno garoto
Apaixonado
Que sempre fui
Que sempre sou
E do grande garoto
Feliz
Que sempre fui
Que sempre sou
Que por mais que tente mudar
Por mais que busque transformar
É impossível
Não ver
Que sou apenas
Um pequeno garoto
Do tipo
Que escreve cartas.
É consequentemente
Do tipo
Que não recebe cartas.
Mas já nem me importo mais
Porque
Por mais que eu queira
Receber cartas
Tentar fugir de si mesmo
É como se cortar
Pra não sentir dor
É igual a beijo
Pra esquecer
Um grande amor
E sendo honesto
Eu penso que até
Gosto
Deste pequeno menino
Que sempre fui
Do tipo
Que escreve cartas