Do tipo, que escreve cartas.

O tempo passa,

E quando penso eu

Que me perdi.

Eu me vejo

Novamente

Ao que já fui

O tempo passa,

E quando vejo eu

O sol.

Já é noite

O sol desponta

O horizonte brilha

Os dias correm

E eu percebo

Que apenas penso saber

Quem fui,

Quem sou.

Os anos tornam-se décadas

E não tem jeito

Eu ainda pego

Aquele pequeno garoto

Contando os quadrados da calçada

E andando na linha branca

E brincando de escrever...

Correr de si mesmo

E tão inútil como

Esperar que reparem em suas lágrimas

Quando se está tomando banho...

De mar.

Ah! Eu agradeço...

Aqueles que me levaram,

Aqueles que me buscaram

E principalmente

Aqueles que me lembram

Do pequeno garoto

Apaixonado

Que sempre fui

Que sempre sou

E do grande garoto

Feliz

Que sempre fui

Que sempre sou

Que por mais que tente mudar

Por mais que busque transformar

É impossível

Não ver

Que sou apenas

Um pequeno garoto

Do tipo

Que escreve cartas.

É consequentemente

Do tipo

Que não recebe cartas.

Mas já nem me importo mais

Porque

Por mais que eu queira

Receber cartas

Tentar fugir de si mesmo

É como se cortar

Pra não sentir dor

É igual a beijo

Pra esquecer

Um grande amor

E sendo honesto

Eu penso que até

Gosto

Deste pequeno menino

Que sempre fui

Do tipo

Que escreve cartas

Oito
Enviado por Oito em 30/01/2010
Código do texto: T2059255