Figura para o altar dos espantos
Poema inspirado por uma obra da pintora portuguesa Maria João Franco
Que a minha voz ecoe
Quando todas as outras
Caladas estiverem.
Que ela grite versos
De rebeldia e liberdade
Quando as almas prisioneiras
De tantas vaidades
Emudecerem.
E quando eu já não puder
Falar ou entoar
Versos à vida e aos sonhos
Que fique apenas
A minha imagem
Como tênue figura
Para o altar dos espantos.