De malas e bagagens

Fiz as malas e saí

coração leve

sem bagagens desnecessárias.

Deixei atrás da porta

a dor esquadrinhada

fragmentei a tristeza do não haver

possuído... sentido... vivido...

Fechei janelas e tranquei a rima

de sina, nada sei, traço o caminho

e no assoalho as pesadas marcas

ficaram solitárias para diluir-se no tempo.

Parti rumo ao desconhecido

mochila nas costas

esperança no peito

e pés de vento.

Quero aportar em terras alvissareiras

coração anda meio ensimesmado

almeja juntar-se ao devaneio

de abraçar o arco-íris e no final

lambuzar-se

pote de mel da boca

delícia afoita.

Meu coração

menino louco

tesouro do bem querer.

Parti leve... sem pressa...

Eis-me à tua espera.