Semiárido...
Cangalhos espatifando-se aos montes
ao longo das vias de meus passos desnorteantes
com palavras graves, explodidas, vou vindo
todo zonzo, mas impune...
Farfalhando bravejos de lágrimas
em silêncio,
"sua puta,
sua surda, sua mãe"...
Ela foi me anulando, me anulando,
me gastando contra a parede,
contra a maré, deixou um pedacinho
de mim num grão de areia
implorava meu não esquecimento...
Ela foi me tirando primeiro o senso,
depois os cabelos,
depois minha blusa, me tomou o beijo,
me arrancou do peito a alma
que me morava,
Ela me levou, com ardor, meu algo
que não lembro onde perdi antes...
e que penei encontrar...
Agora sou louco alegre,
levo comigo as batalhas do amor,
as cores dos gritos e sussurros,
do sim, do não...