Ode de despedida
Não devo mais te ver!
Não posso mais te ter!
Não quero teus abrolhos na minha alma!
Teus olhos me são infernos floridos...
Versejando eu vou sem rumo, sem pressa...
Quero apenas partir!...
Não quero mais te ouvir!
Não faças promessas!
Não cumprir-las é botar mil murros em mim...
Tuas sombras não deixam o sol bater
Nos meus jardins que fenecem aos poucos
Mata-me de uma vez!
De nada me importa
Que falas, que sentes...
Estar contigo é andar por sobre as nuvens
E não poder ver brilhar o formoso sol
Que se esconde além dos teus horizontes
Minha libertação!...
Minha alma quer ficar
A razão não perdoa
Vou me repartindo e partindo nos versos
Infelizes entoados numa canção
Nas rubras pétalas espalhadas no chão
A fria despedida...
Quero um sol para mim!
Sol somente meu!
Quero prados verdejantes, céus celestes
Amores gritantes e não uma amante
Repleta de pesares e de tristezas
Nada vê além de si!
Por que flor? Por que tens
Tanto espinho em ti?
Nas alíneas desta ode que lhe é cantada
A rubra lágrima escorre pela face
Derrubando por terra meu disfarce
Morro no teu olhar!
No olhar de piedade
Ó grande infortuna!
Portanto não quero mais te ver sorrindo!
Pois isso me deixa noites sem dormir
Sem querer acordar, sem querer descansar...
Só desejo partir...
Mesmo sangrando vou...
Mesmo manchado vou...
Eu vou pela primeira vez cuidar de mim
Eu vou pela primeira vez lembrar de mim
Eu vou pela primeira vez gostar de mim
Hei de me despedir...