Madrigal das margaridas

No verde dos canteiros, surgem os botões
Que vão tomando forma, esticam sua haste
E deixam ver um branco, em tímido contraste.

Passeiam joaninhas, buscam os pulgões:
Numa colônia imensa, parecem milhões...
Nem mesmo água de fumo, nada há que os devaste;

É deixar que algum tempo passe e os afaste...
Passeio diariamente a olhar esses canteiros
E um dia percebo que se abrem os primeiros

Botões, cuja pureza envolve o amarelo,
Num branco petalado, em torno do miolo.

Depois é um mar gentil de flores espalhadas;
Esqueça o bem-me-quer... Isso é papel de tolo!


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