Sonho

Bruxuleante, percebo a luz de um sonho

A suplantar a dor e o mais medonho
Temor, porque partir dói como espinho
Que fere sem aviso, é um mal mesquinho,
É perda bem maior do que suponho.

Inútil conservar uma esperança,
De forças para tanto, não disponho.
Mergulho num viver casual, tristonho,
A ausência de poesia é o que afiança.

Nos rumos da fatal melancolia,
A voz da solidão não denuncia
Nenhuma das palavras. Já sem eco

O canto das manhãs, pois não componho
Poemas sem paixão, apenas peco.
Vagando neste ritmo enfadonho,

Bruxuleante, percebo a luz de um sonho.


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