Ontologia raposina
Na gênese da miragem
Miravam meus olhos,
Da margem do lago,
O alto do céu.
Nada esperava,
Parada na margem.
E fez-se admiração,
A mim mesma, admirada.
Germinado,
Avermelhada,
Na outrora escuridão...
Tanta beleza!
Tão imponente!
Que a luz se fez em pêlo e perfume.
E a circunferência toda n’uma raposa.
Tanta beleza!
Tão imponente!
Que pulou das alturas,
Banhou-se nas águas,
Veio à margem...
Pôs-se a convencer-me
Do absurdo dos astros...
E Da fantasia no mundo.
(Cidadão Perspectivista)
L.F.S.M.