Uma árvore
Encontrei uma árvore numa estrada
Ela não era bonita
Mas olhei com graça
E se tornou minha favorita
Ela tinha manchas e sentia dores
Tentou resistir, mas te dominavam
Presenciou horrores e matadores
Queria reprimir e te sufocaram
Então plantei flores na sua beira
E os beija-flores apareceram
Saltitei e derramei feito cachoeira
As sementes que se infiltraram
Ela precisava de cuidado
Queria sentir-se pura
Respirar o que nunca lhe foi dado
Sentir uma pequena ternura
Estabelecemos um laço de reciprocidade
Eu tinha uma vida e ela agora vivia
Quem entendesse nossa irmandade
Estaria exíguo de melancolia
Não precisávamos brigar
A compreensão rodeava nosso circuito
Não tínhamos que gritar
Seguíamos num mesmo intuito
Quem dera com os humanos fosse igual
Entendo que há diversidades
Mas tem muito coração mal
Incapaz de matar uma maldade.