Uma árvore

Encontrei uma árvore numa estrada

Ela não era bonita

Mas olhei com graça

E se tornou minha favorita

Ela tinha manchas e sentia dores

Tentou resistir, mas te dominavam

Presenciou horrores e matadores

Queria reprimir e te sufocaram

Então plantei flores na sua beira

E os beija-flores apareceram

Saltitei e derramei feito cachoeira

As sementes que se infiltraram

Ela precisava de cuidado

Queria sentir-se pura

Respirar o que nunca lhe foi dado

Sentir uma pequena ternura

Estabelecemos um laço de reciprocidade

Eu tinha uma vida e ela agora vivia

Quem entendesse nossa irmandade

Estaria exíguo de melancolia

Não precisávamos brigar

A compreensão rodeava nosso circuito

Não tínhamos que gritar

Seguíamos num mesmo intuito

Quem dera com os humanos fosse igual

Entendo que há diversidades

Mas tem muito coração mal

Incapaz de matar uma maldade.

Veronica Ribeiro
Enviado por Veronica Ribeiro em 28/01/2010
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