EPTÁFLIO
EPTÁFLIO
Do cárcere lúgrube respondem em salvas
Mórbidos seres senhores do mundo
Ao despertar de um sono profundo
Meu corpo inerte esquife de minh’alma
Ora direis furtar a calma
Vede zumbis em seus risos defuntos
Tênue lágrima em solo fecundo
Meu corpo inerte esquife de minh’alma
Pálidas noites, estrelas, luas alvas
Dúbios olhos, ao ver-te, pergunto
Se te interpelo inda mais confundo
Meu corpo inerte esquife de minh’alma
Maneja a foice, trôpego nauta
Ceifando dores errante, vagabundo
Leva oh amigo cândido e rubicundo
Meu corpo inerte esquife de minh’alma